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    Como o fado começou a cantar-se com o cantador de pé...

Corria o ano de 1921, ainda no tempo do cinema mudo, e os primeiros empresários que contratam Alfredo Marceneiro foram Artur Emauz e Vicente Alcântara, para o Chiado Terrasse, no propósito de este cantar nos intervalos das exibições cinematográficas, pois o público andava arredado dos espectáculos da 7ª Arte.

 

Alfredo Marceneiro e Júlio Proença estavam no auge das suas carreiras, razão pela qual o público começou a acorrer em maior número ao cinema. Assim, além de assistir ao filme, também ouviam cantar o Fado.

 

Estes contratos no Chiado Terrasse tiveram um duplo benefício: o aumento das receitas do cinema e a possibilidade de um contacto mais próximo do grande público com os fadistas, os quais tinham fama de indivíduos de mau porte, o que permitiu a desmistificação dessa ideia de raízes tão perdidas no tempo.

Na sequência destas suas actuações no Chiado Terrasse, Alfredo Marceneiro, que já tinha criado o hábito de se cantar o fado à média-luz, tem um dos seus repentes de criatividade e levanta-se para cantar o Fado.

 

Todos os fadistas cantavam sentados e os espectadores mais distantes tinham a tendência de se levantarem afim de poderem ver quem estava a actuar. Isto provocava um certo burburinho que prejudicava as actuações e, com a atitude de Alfredo Marceneiro, o Fado ganhou outro respeito. A partir desse dia, os tocadores e os fadistas passaram a ter um lugar de destaque nas salas onde actuavam e o Fado começou a ser cantado em pé.

 

 

 

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